Estudo propõe classificar o diabetes em 5 tipos

blog-image
Um estudo publicado em março na revista científica The Lancet propõe uma nova distinção entre os tipos de diabetes, doença causada quando o organismo não produz ou não usa adequadamente a insulina, hormônio produzido no pâncreas, responsável pelo controle da glicose no sangue.
Atualmente, o diagnóstico do diabetes categoriza os pacientes em dois tipos: 

O Tipo 1 é causado pela destruição das células produtoras de insulina, atacadas por autoanticorpos, em decorrência de um defeito do sistema imunológico. Tem incidência mais baixa do que o Tipo 2 e tem início, com frequência – ainda que não sempre –, na infância. 

O Tipo 2 decorre da resistência  do organismo à insulina ou de deficiência na secreção de insulina. Segundo o Ministério da Saúde, afeta 90% dos diabéticos no Brasil. Está mais associado a fatores como obesidade, envelhecimento e genética. A alta taxa de glicose no sangue que caracteriza a doença pode levar a cegueira, insuficiência renal, amputação dos membros inferiores, além de aumentar a probabilidade de ataque cardíaco e derrame.

A pesquisa, coordenada por pesquisadores da Universidade de Lund, na Suécia, e do Instituto de Medicina Molecular da Finlândia, defende que outras nuances sejam consideradas na categorização desses tipos, com a finalidade principal de medicar os pacientes de maneira mais precisa: a divisão atual pode estar levando algumas pessoas a tomarem medicação de que não precisam, enquanto outras não recebem tratamento suficiente.

Os 5 tipos de diabetes foram analisados dados de 15 mil pessoas, de cinco fontes diferentes de registro de pacientes. O novo agrupamento se baseia em características como grau de resistência à insulina, Índice de Massa Corpórea (IMC) e idade do paciente quando o diagnóstico foi realizado.

Quais são os tipos propostos:

DIABETES AUTOIMUNE GRAVE
Semelhante ao Tipo 1, é caracterizado pelo início precoce da doença, IMC relativamente baixo, carência de insulina e presença de autoanticorpos atacando as células do pâncreas.

DIABETES GRAVE POR INSUFICIÊNCIA DE INSULINA
Semelhante ao primeiro grupo, porém sem origem relacionada ao peso ou a autoanticorpos.

DIABETES GRAVE POR RESISTÊNCIA À INSULINA
Como o próprio nome indica, ocorre quando o organismo é resistente ao hormônio: o paciente até produz insulina, mas o corpo não reage adequadamente à produção. É caracterizada também por um IMC elevado.

DIABETES “AMENA” POR OBESIDADE
Nesse caso, não há resistência à insulina e a doença é provocada pelo excesso de peso do paciente (alto IMC).

DIABETES “AMENA” DE MEIA-IDADE
Semelhante ao grupo anterior, porém encontrada em pacientes mais velhos.

O caminho a ser percorrido para aplicar a classificação à prática clínica é longo. Uma das razões para isso é que a mudança encareceria o diagnóstico: exames para identificar elementos como peptídeo-C e autoanticorpos que agem contra a produção de insulina teriam um custo muito elevado, disse o ex-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes e médico no Hospital Israelita Albert Einstein, Luiz Turatti, ao jornal Folha de S.Paulo. Os próprios pesquisadores alertam no estudo, além disso, para as limitações da pesquisa. Ela foi realizada levando em conta somente participantes escandinavos, sem incluir outras etnias, sendo necessário validá-la em populações mais diversas.

Fonte:www.nexojornal.com.br

Comentários

Deixe um comentário

Informação: não é permitido conteúdo HTML!
* Campos obrigatórios