Ações preventivas e multidisciplinares na saúde básica podem evitar a doença renal crônica em pacientes diabéticos

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Uma assistência multidisciplinar que envolve médicos, nutricionistas, farmacêuticos, psicólogos e assistentes sociais na rede básica de saúde, para atendimento a pacientes diabéticos, com o objetivo de evitar complicações como o aparecimento de doenças renais, por exemplo, foi defendida pelo nefrologista Dr. Antônio Raimundo e pela nutricionista Maria Helena Gusmão, na manhã desta terça-feira (06), durante uma palestra na Reunião Científica em Diabetes, realizada pelo Centro de Referência Estadual para Assistência ao Diabetes e Endocrinologia (Cedeba).
 
A reunião, coordenada pela enfermeira Graça Velanes, acontece toda terça-feira de cada mês, durante o ano, e agosto foi escolhido para tratar do tema: Manejo da Prevenção da Doença Renal em Diabetes. “Convidamos esses dois especialistas que atuam nas Faculdades de Medicina e Nutrição da UFBA e no Hospital das Clínicas, para trocar experiências com os profissionais da atenção básica, principalmente de Salvador e Região Metropolitana, para discutir as condutas primárias. O que médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde devem trabalhar para diminuir o risco da doença renal, cardiovascular, de forma que os pacientes diabéticos não precisem passar pelo processo dialítico e hemodiálise”, informou.
 
Dr. Antônio Raimundo, que é chefe do Serviço de Nefrologia do Hospital das Clínicas, médico da Clínica Prorim e Hospital Cardiopulmonar , explica que o diabetes é a principal causa de doença renal crônica no mundo. “Infelizmente essa incidência da doença renal crônica em pacientes diabéticos tem aumentado. Ela se instala de maneira gradativa, assintomática, evoluindo com perda de função renal e a necessidade de tratamento com diálise ou transplante, limitando a qualidade de vida e aumentando o risco de morte prematura”, explicou.
Para o nefrologista, uma das maneiras de evitar a doença renal crônica nesse tipo de paciente é através de ações preventivas e interdisciplinares. “Uma das formas das ações serem mais eficazes é através do trabalho do médico da família, ou nos programas de saúde da família. A ideia é fornecer um treinamento, começar a discutir com os profissionais do ponto de vista multidisciplinar, para que o paciente não chegue a desenvolver a doença renal crônica associada ao diabetes”, frisou.
O médico destacou ainda os grandes avanços que tem acontecido no tratamento do diabetes e na prevenção das complicações da doença, a exemplo dos estudos que já foram realizados sobre o tema e das medicações disponíveis no mercado.
 
A Professora Maria Helena Gusmão,  que também coordena o setor de Nutrição da Nefrologia no  Hospital das Clínicas e atua na Clínica Prorim, acredita que passar o conhecimento adquirido na prática pela alta complexidade para a rede básica também vai evitar a sobrecarga do sistema de alta complexidade e permitir ao indivíduo um tratamento precoce, ao tempo que prepara ou retarda a entrada do paciente na dialise ou no transplante renal. Muitos desses pacientes tem a entrada na dialise adiada   Ou iniciam  a terapia substitutiva em melhores condições nutricionais.
 
“Do ponto de vista da nutrição, passamos para os profissionais que participaram dessa palestra, que estratégias de alimentação saudável, que não necessariamente precisam ser específicas para o doente diabético, já conseguem ter um resultado positivo. Desta forma, trabalhamos precocemente para que o paciente adentre a alta complexidade somente se for necessário, e no caso dele adentrar, que ele tenha menos complicações e possa ser melhor assistido”, ressaltou.
 
Uma das participantes, Maria da Conceição Souza de Abreu, que atua na Unidade de Saúde da Família de Mussurunga, em Salvador, diz que o tratamento precoce com pacientes diabéticos é fundamental. “A discussão de hoje foi muito importante e tem tudo a ver com o nosso trabalho de educação e saúde com grupos, onde ensinamos os quatro pilares aos pacientes: atividade física, dieta, equilíbrio psicossocial e medicação adequada em quantidade, horário e forma corretos. Partimos do entendimento que o paciente tem que se prevenir para não ficar com sequelas da diabetes ou deixar a doença ter complicações”, relatou.


Fonte: Assessoria de Imprensa - Clínica Prorim
Jornalista: Lívia Lemos / DRT 3461

 

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